segunda-feira, 21 de novembro de 2011

E quando o amor é grande mas não suficiente?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Com o vento...

De longe ouvi o som. Não sei ao certo quem se aproximou. Chegamos com afetos íntimos, sem pudores. Quando dentro de mim senti uma coisa nova, morna. Do som veio o cheiro. Do cheiro a saudade. Da saudade o desejo. Do desejo o pecado. E assim foram as noites.
De longe ouvi os passos apressados no labirinto de uma escada. Coração acelerado com a chegada inesperada. Coração acelerado com o caminho inesperado. E a inquietação fez sair a procura. Caminhos contrários. Um pulo equivocado. E a distância sendo maestra do esquecimento. Mas veio o vento. Com ele o som... E o pecado.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Era um café da manhã sem pedidos nem olhares. Algumas explosões eram ouvidas. Ignoravam-se. Ignoravam cada vez mais a proximidade, o aumentar do som, a certeza do fim. Ia chegar em sua casa, levantar todos os móveis, o piso, o fogão recém comprado e as dores. Tudo iria embora. Esperavam com um silêncio dolorido de esperança morta. Era o jantar e o silêncio era ouvido. As explosões cessaram e ficou a dor da espera, já que entre os outros desvios de olhares e silêncios tinham desaprendido a amar.
Vem fantasia, que a realidade tá machucando....

terça-feira, 26 de abril de 2011

Ao som de Camille

Te ouvindo e te querendo.. abraço forte, beijo confortante... vem logo e me dá seu sorriso, me dá seu colo e diz agora bem perto e me olhando nos olhos que tá tudo bem que gosta de mim que bom que cheguei que bom você aqui que bom isso aquilo e tudo e todo o mais ao redor. Fala assim, sem respirar, como essa onde forte que invadiu tudo aqui dentro e me leva para o meio do mar, o meio do nada, o meio de mim... Leve-me daqui onde a realidade é crua e fere, fere, fere, fede... Quero só o seu cheiro, essa outra realidade doce que hoje me fará sorrir... Leve-me para o sorriso de dentro de mim...

*Para A.G.
Aperta, aperta, aperta isso tudo e diz que tá tudo bem. Bem baixinho, bem calmo, diz assim: Tá tudo bem...

domingo, 24 de abril de 2011

Para quem pensa.

Eita palavrinha que bate quando penso em você essa tal saudade... Eita palavrinha que penso em você quando bate essa saudade. Eita saudade que bate quando penso em você. Eita você que bate nessa palavrinha saudade. Eita saudade de você que bate. Eita saudade, bate. Eita! Saudade...

Vai...

Deixa tudo isso sair, virar poesia, deixa transbordar e enfeitiçar as pessoas infelizes. Deixa o olhos brilharem, o coração amolecer, a boca cair e o corpo perder o controle.. Deixa parecer ter 15 anos. Só porque parece mentira? Parece aquele conto que tanto lia e achava impossível de acontecer? Porque tinha medo da verdade, do amor, porque acreditava ser impossível... Mas agora deixa... Vai, deixa...

Colha

Falou-me da areia, dos beijos, dos corpos tão quentes... e veio o meu silêncio. Com ele suas dúvidas, angustias e a escolha errada do medo. Desconfiou das minhas atitudes, dos meus afetos e do meu amor. Calúnias, brigas, agressões e a escolha errada da separação. Corpos distantes, beijos duros em bocas pagas, corpos frígidos os nossos. E a escolha errada do orgulho. "Escolhas" falam como desculpas nos botecos sujos que passaram a frequentar.

Doa-me

Sim, o futuro está próximo,amor. Porque me vou, porque nossas juras terão fim, porque você se vai, porque virá a dúvida, o medo, a indecisão e a verdade. Arrependimentos, voltas, choros, dores e a verdade. Porque seu amor irá acabar e minha dor não. Porque o não irá doer. Porque dói, você me avisou várias vezes. Sim, há dor. Desde agora, meu amor, juro que desde agora e há muito tempo: há dor...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Cheiro bom

Falou do seu cheiro, do meu. E fui me perdendo nos cachos despenteados, entreguei-me no sorriso tímido, envergonhado, nos seus olhos meigos, doces. Porque havia nela algo inexplicável que me confundia e me fundia ainda mais. Porque havia nela algo de mim. Porque me via nela. Porque? Diziam que eu havia pedido, merecido e andavam falando muitas coisas que me confundiam ao querer entender o que era isso tudo. Resolvi não buscar explicações, já que também não havia buscado ela. Apareceu. Presente, dizia. E eu só pré-sentia não ter fim...

Tempestade

Veio e me tirou do chão, de mim, do vazio... Levou-me...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Manhã de manha

Ficava buscando aquele sorriso, às vezes nos tijolos vazados da varanda, às vezes pela janela ao deixar meu rosto iluminar pela tela do computador entre músicas escolhidas para ela... Ficava buscando aquele olhar, às vezes durante conversas incompreensíveis, às vezes entre justificativas de chegar mais perto para ver a lua. Tão cheia, tão bela... a lua e ela. Ela e a lua. Sorrisos, lua, ela. Olhares...olha pra mim... A lua foi descendo e entrando por outras casas, ela foi entrando em mim, tão delicada e intensa que quando vi já estava tomada. Repetia "que seja doce" todas as manhãs, com toda sua manha. Manhãs de manha rechearam nossos dias, nossos encontros corridos, intensos, quase num descontrole de sensações. Entregamos-nos. Inteiras, talvez insensatas. Entregamos nós. Agora a saudade do sorriso ao acordar, do cheiro ao adormecer. Saudades... Saudosas.

Para minha manha...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Voa

Vou fazer uma reza, uma macumba ou qualquer outro feitício que pare essa coisa desenfreada dentro de mim que chamam coração. Cansei. Coisas voláteis cansam...

terça-feira, 15 de março de 2011

Vaz...

Coração vazio... vazio... Amém!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vestido vermelho

Então eles decidiram. Claro que havia medo, mas havia mais presa. Ela o estava esperando, ele se estava esperando. Fazia tempo que não cuidava de si, fazia tempo que não sorria. Evitou durante muito tempo se separar, evitou-se muito tempo. Agora era obrigado a resolver. Ele, ela. Vestiu-se, com o que ficou de herança e foi com seu vestido vermelho para a zona. Todos os dias novos clientes. Via-se neles: infelizes, casados derrotados. E assim achava que iria resgatar aquela felicidade que não sentia há tempos. Vestiu-se com sua tristeza e foi ao bar: amigos reclamando, bebida quente, tudo sem gosto, tudo com gosto de cigarro. Vestiu-se e foi ao velório dela: olhares de culpa, cheiro de suor, clientes medrosos. Pediram um discurso, talvez o irmão bêbado, talvez a mãe tão dopada que nem o viu vestido daquele vermelho, que um dia tinha sido seu presente de noivado para ela. Falou sem parar. Falou dele, dela. Falou dos clientes. Falou tudo que sabia e sentia antes de se jogar daqueles sete metros acreditando que salvaria sua vida. E riu. Riu desesperadamente até que o calassem com o monte de terra. Morreu feliz, diziam.

terça-feira, 1 de março de 2011

Olhos tristes

"Olhos tristes" disseram. E eu não o via assim, apenas via aquele sorriso contido e uma enorme vontade de ser livre. Pensativo, analisava sempre ao falar e eu me perguntava se era por isso que se tornava tão interessante. Passei horas o olhando de longe, passei a segui-lo todas as manhãs após o encontro no elevador. Todos gostavam dele. Peguei-o com um livro de inglês. Era o professor do curso ao lado. Professor dos olhos tristes diziam. Eu não o via assim, via uma delicadeza e uma enorme vontade de ser livre. Fui entrando na sua vida e quando vi já fazíamos jantares e passávamos noites rindo contando casos. Chamei-o para ser meu, para ir comigo além dessas fronteiras abafadas, que onde eu ia havia liberdade. Foi. Fomos. E seus olhos brilharam tanto ao ver o outro lado que sem querer eu pensei "ele tinha olhos tão tristes antes de mim".

Rumo

Muito fácil ir embora se deixa em minha fronha seu cheiro misturado com o suor de nossa noite. Fale ao menos que vai voltar, que foi bom, que será pra sempre e que tudo está resolvido. Dois anos se passaram e ainda espero entender por que, por quem... quem te levou de mim? Fico te procurando nos parques, nos cinemas, nas esquinas e nas madrugadas. Sei que vai voltar arrependida depois de viver todas as futilidades que buscava como salvação. Não nos salvamos. Mas ainda é tempo, ainda há tempo. E, por mais que não acredite, ainda há salvação. Deixe o medo, a vergonha, a vaidade e todas essas suas questões existenciais de lado e venha. Venha porque ainda há amor, porque lavo suas roupas toda semana e guardo seu chinelo ao seu lado da cama. Venha porque ainda desejo tanto, mas tanto aquele abraço apertado no meio da noite chuvosa enquanto falo para você desse meu dia chato meu dia quente meu dia estúpido e cheio de gente fútil e falo antes de sentir sua mão fugir do meu corpo que é bom tá com você que é bom ter você e repito ao cair no sono que quando acordar vou tirar a manhã de folga. Sonho com planos enquanto você vai.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vinha puro...

Braços fortes e um olhar perdido. Atravessada a rua trôpego e olhava-me com carinho. Via meu temor, meus cuidados excessivos. Era puro e não contava com a maldade que estava por vir. Ião machucá-lo, com certeza. Acreditava em tudo e tinha um sonho impossível. Puro. Cheirava a bebida. Dei um banho frio e esperei acordar para uma ressaca de arrependimentos. Estava entrando no mundo perdido. Tão impuro estava se tornando... Não demorou para as agressões acontecerem. Eles nele, ele em mim. Um dia, tão cansado, machucado e arrependido estava que não acordou. Disse que ia ficar lá, naquele lugar calmo, sentindo ainda o corpo gelado do banho que eu havia dado. Disse-me que não ia acordar, que ia ficar lá para mim, para me ser puro. Disse que não ia acordar. Ia ser puro. Puro. Ele era tão puro. Mas disse que não ia acordar. Acorda puro. Puro, acorda.

Encurta-me

O tempo é curto,meu amor, eu sei. Mas prometo manhãs com beijos intermináveis, prometo que vou ligar todos os dias para dizer "te amo" e você vai passar um bom tempo achando que não fui. Provavelmente irá fazer jantar para duas e antes de pegar no sono irá falar bem baixo "apaga a luz", enquanto eu durmo de luz acesa. Quarto claro para me acostumar a essa nova vida sem você. E vou prender o choro e a dor ao me despedir. Tudo estará bem, eu estarei bem e você dirá que está me esperando. Mentira, nós sabemos. Mas agora é o nosso alimento. Anos atrás trazíamos malas e esperanças. Levo-as comigo. Deixo-te. Sofro-me. Sofra-se. Mas há esperança. Esperanço-me. Esperança-te. Espere. Espere-me. Quem sabe o tempo será curto, meu amor...

Esperamor

Estava chegando a conclusão de que o amor não existia. Não para ela que andava tão magra e frágil. Sempre com as mãos nervosas, suadas. Agora deu para andar com um lenço escondido em sua bolsa furada. Às vezes, deixava aparecer o quadriculado no emaranhado de bolinhas. Quase sempre molhado de suor. Andava melancólica e sem amor. Todas as tardes ia na fonte da praça próxima a sua casa e jogava uma moeda que tinha sido o troco do ônibus. Todos os dias descia no ponto, ia até a fonte, jogava a moeda e pedia: "Se o amor não for sorte, aqui está uma parte dele". Só assistia filmes de amor, comprava maçãs coloridas e algodão doce nos parques e sorria para qualquer casal que transbordasse qualquer tipo de alegria.
Foi chegando a conclusão de que o amor não podia ser comprado... Juntou o troco e comprou maquiagem, fez jantares caros, comprou sapatos novos e andava desfilando. Mas não sorria. Nem achou o amor. Então chegou a conclusão que não deveria esperar. E então o amor não chegou, nem doeu.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Eu sou mim

Mas me diga que medo é esse que lhe impede, que me repete. Não o tenho, meu amor. Juro que estou livre desses temores inoportunos que só me faziam estagnar. Passei a querer mais, passei a querer sempre algo melhor. Porque tudo é muito curto e tenho um desejo incontrolável. Porque me perdoei, porque passei a caminhar com leveza, a sorrir sem força e a temer menos. E agora, estou passando para a nova fase do "reconhecer-se". Dói. Não vou mentir que às vezes dói. Mas não me canso, não me entrego como você. Não desisto de mim ao me ver tão perdida. Só descobri que não acharei em você o que ando procurando em mim, para mim. Luz apagada, pocket na bolsa, horas de caminhada com ipod, um minuto, nenhum cigarro, escolhas, doces, carimbos, silêncio... ah, quanto silêncio cabe em mim? Ando tempestade, ando maresia. Incontrolável. Insaciável. Não vou te achar entre tropeços e corridas para ônibus, não vou te achar numa linda tarde de Outono, não vou lhe achar...Ache-me, agora, se quiser. Se estiver procurando as mesmas coisas que eu, a mesma paz, se puder contar além do que eu enxergar em seus olhos. Porque não quero mais essa coisa pequena, esse pedaço, essa metade mau partida de você. E repetirei todas as manhã "não quero mais" "não, quero mais" "não quero, ma(x)s..."

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Novamente

Lá vem a vida com seus dilemas, fazendo minhas indecisões brotarem mais um vez. Medo de ousar, vontade de voltar à coragem de anos atrás. Arriscar, perder, chorar horas sem parar para depois poder dizer cheia de orgulho: consegui!
Lá vem o coração com seus desejos indecisos, com suas fúrias impertinentes e sua grande vontade de ser leve. Quase nunca acertar a medida, perder de. perde-se, perder-me. E depois do aconchego, depois das noites perdidas em buscas intermináveis, vem a vontade, quase nunca pronunciada, de dizer: achei!
Lá vem de novo. Lá vem...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Eu espero

E com o encontro inesperado, veio a vontade de chegar mais perto de você. Passei por três vezes ao seu lado buscando seu olhar. Não veio. E tentei, mais uma vez, deixar o rastro do meu cheiro para que na próxima você me reconhecesse no meio de outra multidão. E, quem sabe assim, um olhar, uma troca e nós?
E quando a vontade inibe a criatividade?

sábado, 8 de janeiro de 2011

Suicídio

Queria uma carta, uma dica, um comentário desesperançado, uma mensagem que poderia ser até com batom no espelho...qualquer coisa que me fale o porquê, que fale de sua tão grande dor . Que me faça entender que dor é essa que só se cessa morrendo. Porque preciso saber mais, porque preciso saber porquê. Agora a dor ficou aqui, ficou com quem ficou. Dor transferida não é justa. Acorda! A corda.