segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Retorno

E havia de chegar ao final com a mesma força do início. Tinha buscado, tinha também resistido a tantas outras tentações e indecisões que nem sabia mais se era bom ou ruim isso tudo, assim como não sabia o porquê. Andava sem saber tantas coisas que se perdeu naquele emaranhado de pensamentos. Perdeu-se. E foi em busca do mar, como se ele pudesse lhe dizer o certo, como pudesse dar o caminho perdido a tanto tempo que nem percebeu que não havia mais caminho. Deveria se contentar com aquilo, que era sua única forma de viver, de ser livre. Suas inconsequências misturadas com inocências. E foi em busca do mar. E entrou nele com a sede da solução. Afogou-se.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fusos

Aquelas palavras vieram de uma forma confusa. Nós. Um nós não esperado, um nó. E um outro ser entre nós, ou no meu lugar. E veio o brilho no olho, a mudança de humor e os cabelos brancos tão bonitos que nem transpareciam tanta ansiedade e dúvida. E a espera dele nos uniu com o amor mais puro que havia para compartilhar, e compartilhamos novamente. Trocamos o calor da cama pelo abraço de força e os beijos apaixonados pelos olhares confortantes. E novamente confortei você em meus braços de abraços apertados. Ouvi risadas 'bestaiadas', tomei picolés de todas as marcas com sabor de banana e, então, veio a lembrança da partida. Talvez uma lágrima. Talvez um choro escondido. E, por um momento, como se aquele hormônio tivesse tomando o meu e não o seu corpo, uma vontade de ficar, e assim compartilhar com você isso que um dia irei compartilhar com.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Enfim o fim.

Queria sentir menos, como é isso? Mas você pediu para deixar ir, falou que faria bem, que seria bom e que no final toda dor chegaria. Mas só no final, não é isso? Mas esse agora? Aí você falou para não importar, para aumentar a colher, arriscar, sentir, chorar e abusar disso tudo que nunca consegui fugir. E então caí nos riscos, nas dores, nos amargos esperados de seu toque indeciso. E fui ao caminho da dor, já que tudo para mim era final, já que afinal essa dor chegaria. Tateie as brigas, intrigas, mágoas, batidas de porta, choros, gritos, mãos apertadas nos braços doloridos, sua boca aberta me fazendo doer mais. Fui além dos acontecimentos e inventei dolorosas lembranças, fazendo de nós um não futuro. E não o tive. Não te tive ao tentar tanto, mas tanto, tanto, não te querer. Mas quis...

domingo, 17 de outubro de 2010

Passos

A via bela, havia nela algo luminoso. Falou do andar e foi passando por mim com aquele sorriso triste e olhos molhados de saudade. Falou da saudade, falou de mim, só não falou dela. E andando me deixou no pensamento do seu beijo fálico.

Para Thais Wadhy

sábado, 16 de outubro de 2010

Verdades

Não venha com mentiras e falsos sentimentos. Não acredito em sua entrega frágil e seu discurso de um amor infinito, é infundado. Entendeu? Mentiras doces não fazem parte de mim, não fizeram parte de nós. Entreguei-me, quis ser sua e você só compartilhou quando não havia mais. Então procurou em mim os silêncios desistentes. Acabou, meu bem. Você perdeu.

Vou além de.

Brisa no rosto e saudade matada com gosto de água de coco. E vou além daqui a procura de mais. Sorvete mar avenida ladeira com pedra portuguesa sorrisos negritude cheiros cafuné calor humano calor humano saudade saudade saudade saudade. E vou além daqui para daqui ir além. Medo disfarçado de coragem, lembrança revestida de lágrimas. E vou.
Quem sabe um beijo seu tire-me daqui. Mas beije rápido, com força e sem sabedoria.

Inspiração

Tarde e há ausência do sonho. Inspiro-me. Respiro-me

Ida vinda

E falo de minha ida, de sua vinda em mim...quem sabe de nossas vidas...e nego essa minha indecisão, esse meu medo constante de ser nós, de ser mais eu, de ser. E ouço, repetidamente, músicas que falem por mim. Calo-me, e assim, deixo no silêncio a dúvida do medo. A dúvida do acerto, do certo, do que o meu coração não pode mais negar ao nosso encontro, ao nós. E onde me encontro além de ti?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

‎"Disse o 'não' com a vontade do 'sim'.E se deixei passar? E se te deixei passar?"

domingo, 10 de outubro de 2010

Dor da razão

Perguntaram o porquê do fim. Uma disse que era a coisa certa a se fazer, a outra que era a forma errada de se fazer o certo. As duas estavam certas, as duas perderam.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ida inesperada

E foi-se ela com a chuva: inconstante, indiferente. Fiquei com os retalhos das lembranças, do cheiro de vinho e suor, da mão suave no meu corpo, dos lábios também no meu corpo e da sua unha nas minhas costas da forma mais clichê que minha memória pode guardar. E guardo retratos, poemas, recadinhos de "bom dia" que antes enfeitavam a cozinha e minha manhã. E guardo a esperança da volta, do amor, das minhas noites aconchegadas,aconchegantes. E guardo tudo que acho dela e coloco do jeito que gosta, para que na sua volta nada lhe irrite, que veja que ali é seu lugar, assim como o meu, assim como eu. E guardo, aguardo. E Caetano canta "você não me ensinou a te esquecer". Desligo o som, desligo a luz, desligo-me desse tempo de espera que dói. E nessa dor tomo aquela cerveja que tanto gosta com o remédio que desistiu de usar. Uso tudo seu agora, para que nada reste de ti ali além de meu amor. Para que na sua volta só haja eu. "Você não me ensinou a te esquecer". Você não me ensinou a viver sem você. Você, você, você...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Chuva sem vinho

A chuva veio trazendo lembranças do tempo, a hora exata perdida e a certa desencontrada. Talvez uma espera. Talvez as duas esperem. E a fala mansa com o sotaque não seja ouvido com o forte vento da chuva. Talvez as coisas caminhem para o outro lado do tempo. O tempo no momento esperado. Perde-se no tempo. Perde-se. Perde. Per...mita-se. Per...mita-me perder-me em você.

...

‎"...e na espera do seu beijo encontrei outras boca.Não, isso não é traição,meu amor, é amor próprio"

sábado, 2 de outubro de 2010

Ser eu,sua.

Quem me dera um pouco de você, e assim, eu. E minhas vontades reveladas nos desejos antes ocultados pela minha vergonha de ser sua. Desnudar-me. Permitir que, novamente, venha e me faça feliz. E que as lembranças das fotos quase amareladas renovem minha coragem de tentar. Ando tentando ser sua.